Quando a tecnologia ajuda alunos de escola pública a entrarem na universidade
26/04/2016 às 10:59 | Formação, Tecnologia em sala de aula
Olá, professor!
A decisão de o que e onde estudar no Ensino Superior é um divisor de
águas na vida dos alunos. Muitos estudantes de escolas públicas sequer
consideram ingressar em uma universidade, pois acreditam ter chances
pequenas ou se sentem responsáveis por trabalhar para contribuir com a
renda familiar.
Em 2014, 85% dos estudantes de Ensino Médio do Estado de São Paulo
estavam em escolas da rede pública, mas eles eram apenas 30% dos
inscritos nos principais vestibulares públicos do país. A pesquisa
foi realizada por professores da Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp) e apresentada no simpósio Excellence in Higher Education. Mas
esse cenário, felizmente, está em transformação. Este ano, 88% dos
aprovados em Medicina na Unicamp estudava em escolas públicas!
Matheus Araújo Silva, de 18 anos, faz parte desse momento de mudança.
Ele é de uma família de classe média baixa de Santo André, na Grande
São Paulo, e sempre foi aluno de escola pública. Sua mãe, dona de casa, e
seu pai, pintor, não fizeram curso superior. “Meu pai queria saber o
que eu faria se não conseguisse ser aprovado no vestibular. Ele dizia
que eu deveria esquecer os estudos e trabalhar”, contou Matheus.
Acontece que Matheus, ao contrário da maioria dos alunos, era
apaixonado por Matemática no Ensino Médio. Sua professora, Mizu, o
incentivou a perseguir seu plano: prestar vestibular para Matemática e,
um dia, ser professor universitário. Este ano, graças à ajuda de Mizu,
das tecnologias educacionais e de um horário de estudos rigoroso, ele
entrou na Universidade Estadual Paulista (Unesp). “Sou o primeiro da
família a chegar à universidade. Em casa, isso foi um acontecimento
enorme”, disse Matheus. A conquista do estudante influenciou a família
que, agora, já até torce para que o filho caçula também ingresse no
Ensino Superior.
A aprendizagem personalizada como transformador na rede pública
A EE Jardim Riviera, onde Matheus estudou, fica na periferia de Santo
André, na Grande São Paulo. Assim como todas as escolas da rede pública
do estado de São Paulo, ela recebeu a plataforma de ensino adaptativo
da Geekie no ano passado. O projeto, chamado Geekie+, foi oferecido a
todos os alunos concluintes do Ensino Médio – e Matheus o considerou
essencial para seu aprendizado. Mizu insistia para que seu aluno
visitasse o site todos os dias e, apesar de ter aulas em período
integral, ele acessava o conteúdo online em casa e nos intervalos. Usava
até o trajeto entre uma sala e outra para tirar dúvidas com os
professores nos corredores.
Matheus não é um caso isolado. Uma pesquisa da Fundação Lemann,
divulgada em março de 2016, mostrou que no Brasil mais de 12 milhões de
pessoas estudam com ferramentas digitais de Educação. São jogos,
simulados, vídeos e atividades que podem ser acessados pela internet de
qualquer lugar, muitas vezes até pelo celular. Também são recursos com
linguagem mais jovem e interativa, que vai ao encontro do perfil
conectado dos adolescentes.
Lays Reis, ex-aluna da mesma escola na Grande São Paulo e atualmente
estudante de Relações Internacionais na Universidade Federal do ABC
(UFABC), ressalta a importância dos ambientes de aprendizado online. Ela
conta que, antes da chegada da Geekie em sua escola, estudava somente
em sala de aula, por meio dos livros didáticos. “Vestibulando também
precisa estudar sozinho e só os livros não preparam para prestar as
provas. No período em que eu ficava em casa, usava a Geekie”, afirma.
Segundo ela, que ainda no Ensino Fundamental pressionou os pais, uma
cozinheira e um metalúrgico, para a trocarem de escola em busca de um
ensino de qualidade, diz que ter uma plataforma de aprendizagem
personalizada foi essencial para que chegasse à universidade.
Lembro também do estudante Henrique Cabral, que nos contou que sempre
quis estudar Turismo. Para ele, a vantagem de estudar com a Geekie era a
mobilidade: “Eu estudava em período integral e fazia pré-vestibular à
noite. Raramente tinha tempo para revisar todas as matérias”. Com a
plataforma, conseguia acessar o conteúdo pelo celular ou pelo computador
rapidamente. “Eu assistia às videoaulas e logo em seguida fazia
exercícios sobre aquele assunto, fixando melhor as matérias”, reflete.
Em 2016, Henrique começou o curso de Turismo na Universidade de São
Paulo (USP) – passou na primeira chamada – e é o primeiro da família a
entrar em uma universidade pública. Essas histórias representam uma nova
geração de jovens brasileiros.
A novidade do ano
Os três relatos acima são especiais. Eles mostram a trajetória de
jovens que superaram as próprias expectativas e conquistaram o que, há
poucos anos, era algo inatingível para famílias de baixa renda e
provenientes da rede pública. Mostram, também, a necessidade de a escola
estar aberta para a inovação porque, assim, ela possibilita um
acompanhamento personalizado, que respeita as necessidades de cada
aluno.
Para a Geekie, essa é a busca constante: tecnologia de qualidade e
acessível a todos. Por isso, ficamos animados ao anunciar uma novidade
para este ano – e que deve impactar 2 milhões de alunos do 3º ano do
Ensino Médio em escolas públicas de todo o país. Trata-se do programa Hora do ENEM,
oferecido pelo SESI em parceria com o Ministério da Educação (MEC). Ele
inclui o acervo de aulas, avaliações online do Geekie Games e planos de
estudo personalizados. O conteúdo está sendo disponibilizado
gratuitamente para os alunos e, para que traga os melhores resultados
possíveis, precisamos de mais professoras como Mizu, que incentivem seus
alunos a aproveitá-lo. Contando com esse engajamento, espero em breve,
ter mais histórias como as do Matheus, da Lays e do Henrique para
contar.
Um abraço,
Cláudio Sassaki
fonte: http://revistaescola.abril.com.br/blogs/tecnologia-educacao/2016/04/26/quando-a-tecnologia-ajuda-alunos-de-escola-publica-a-entrarem-na-universidade/
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