Olá, professor!
A decisão de o que e onde estudar no Ensino Superior é um divisor de
águas na vida dos alunos. Muitos estudantes de escolas públicas sequer
consideram ingressar em uma universidade, pois acreditam ter chances
pequenas ou se sentem responsáveis por trabalhar para contribuir com a
renda familiar.
Em 2014, 85% dos estudantes de Ensino Médio do Estado de São Paulo
estavam em escolas da rede pública, mas eles eram apenas 30% dos
inscritos nos principais vestibulares públicos do país. A pesquisa
foi realizada por professores da Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp) e apresentada no simpósio Excellence in Higher Education. Mas
esse cenário, felizmente, está em transformação. Este ano, 88% dos
aprovados em Medicina na Unicamp estudava em escolas públicas!
Matheus Araújo Silva, de 18 anos, faz parte desse momento de mudança.
Ele é de uma família de classe média baixa de Santo André, na Grande
São Paulo, e sempre foi aluno de escola pública. Sua mãe, dona de casa, e
seu pai, pintor, não fizeram curso superior. “Meu pai queria saber o
que eu faria se não conseguisse ser aprovado no vestibular. Ele dizia
que eu deveria esquecer os estudos e trabalhar”, contou Matheus.
Acontece que Matheus, ao contrário da maioria dos alunos, era
apaixonado por Matemática no Ensino Médio. Sua professora, Mizu, o
incentivou a perseguir seu plano: prestar vestibular para Matemática e,
um dia, ser professor universitário. Este ano, graças à ajuda de Mizu,
das tecnologias educacionais e de um horário de estudos rigoroso, ele
entrou na Universidade Estadual Paulista (Unesp). “Sou o primeiro da
família a chegar à universidade. Em casa, isso foi um acontecimento
enorme”, disse Matheus. A conquista do estudante influenciou a família
que, agora, já até torce para que o filho caçula também ingresse no
Ensino Superior.